pequeno coração #24

Sabia, que estava a agir mal. Mas finalmente, esta fora a noite em que a minha cabeça e o meu coração perceberam a sinceridade, com que ele falava. Ele amava-me de verdade e eu era a última a perceber finalmente isso.

(...)

Foi, uma noite complicada. Mas eu sabia, que a manhã, não seria melhor. Estava na altura, de ir falar com a Patrícia. Não iria ser fácil. Nunca é fácil, dizer a uma rapariga que o rapaz da vida delas, é na verdade um canalha. Mas alguém tinha de o fazer, e não iria ser o João e muito menos o André. Tinha de ser eu.
Fui ter a casa, dela como combinado e ela recebeu-me com uma alegria enorme. Quando lhe calmamente comecei a contar tudo desde do principio, vi a Patrícia como nunca a tinha visto. Por dentro, a vontade dela era começar a gritar comigo e começar a dizer que eu nunca devia ter aparecido na vida dela. Afinal, tinha acabado de estragar a relação dela e do André apesar de não o ter feito com intenção. Eu não poderia prever que o André, gostasse de mim. Apesar de tudo, a Patrícia não fez nada do que o coração dela estava a mandar.
Ela, com toda a simplicidade do momento deu-me um abraço sentido. Ela neste momento precisava de apoio, e ninguém sem ser eu o conseguiria dar. O silêncio tomou conta do quarto dela, até que ela o  quebrou.

- Joana, o que é que eu faço agora ?

- Como assim, Patrícia?

- Em relação, ao... André.

- Vou-te ser sincera, por muito que ele tenha feito mal não só a ti, como a mim, como ao João, toda a gente merece uma segunda oportunidade. Se eu nunca tivesse dado uma segunda oportunidade ao João... tu sabes, eu não estaria tão feliz, como estou agora. O João é tudo para mim...

- Achas mesmo que lhe deva dar uma segunda oportunidade?

- Acho, mas apenas tu sabes o que deves fazer, Patrícia.
- Obrigado. Não consigo perceber como consegues estar assim, com o João!
- Nem eu...
- Ele não é de ferro. Sabes que um dia, já não vai aguentar.
- Eu estou a ser uma parva...
- Tenho de concordar, contigo Joana. Diz-me, o que é que estás à espera? Vai ter com ele! Luta por ele rapariga. Mas não exijas demasiado dele.
- Sim, tens razão. Obrigado por tudo ! Falamos logo, sobre a viagem, já a adiámos demasiado. Aproveita e resolve as coisas com o André.
- Sim, vou fazer os possíveis... Depois liga !
- Claro que sim, melhor amiga.

(...)

Decidida, a ir resolver as coisas, com o João, saí da casa da Patrícia, e acelerei o passo em direcção à casa do João. São apenas dez minutos, mas foram dez minutos cheios de expectativa, a pensar constantemente no que iria fazer e principalmente dizer...

(CONTINUA)