pequeno coração #2

mais, uma vez é imaginado.

Fechei a porta com uma brutalidade imaginável.

Sentia-me noutro mundo, o meu quarto era o espaço, onde todo o mundo de verdade, me passava ao lado.

Estava feliz e concentrei-me apenas no bom, que ainda tinha.

(...)

Toda a felicidade, acabou quando bateram à porta.

- Joaninha, abre! - disse o meu pai.

A porta estava fechada à chave, por isso tive de me levantar. Espreitei pela fechadura, hábito que perdura desde pequenina. Vi o meu pai com as malas, abri a porta, mas antes de o conseguir fazer comecei a chorar compulsivamente.

O meu pai, ao ver tal coisa, começou a falar comigo, da maneira dócil q só ele sabe:

- Joaninha, acho que já viste que o papá se vai embora. Vai arranjar uma casa, com um grande quarto para ti, princesa. Isto não é uma despedida, tu sabes! Gosto muito de ti, lembra-te sempre.

Dei um grande beijo ao meu pai, e um abraço sentido.

Corri como uma louca, para o meu quarto e tranquei-me ... outra vez.

(..)

dormi profundamente mas tive pesadelos toda a noite,

durante vários dias, várias semanas, vários meses e vários anos.

continua.