pequeno coração #27

Estava lindamente, ali com o João, mas estava na altura de ir ter com a Patrícia. Não tínhamos combinado, nada mas sentia-me na obrigação de ir ter com ela. Uma simples conversa ao telefone, não iria dar para ela conseguir expressar tudo o que se tinha passado.

Mandei-lhe mensagem. Queria saber onde estava.

- Patrícia, onde estás? Preciso de ir ter contigo.

- Na rua, Joana. Olha, dá para ir dormir a tua casa hoje ? Aproveitamos e  falamos. É que estou mesmo a precisar de uma noite de raparigas.

- Oh, claro que dá, melhor amiga! Preferes que vá ter contigo, e vamos juntas até minha casa ou preferes ir sozinha e encontramos-nos lá?

- Prefiro ir sozinha... Até já.

Apressei o passo, em direcção a minha casa. Quando lá cheguei fui directamente à cozinha ter com a minha mãe.

- Mãe, a Patrícia vem cá dormir. Antes que comeces a reclamar, ela não estava bem e eu tenho responsabilidades para com ela. Ainda por cima, sei que a adoras e que não te faz diferença nenhuma ela vir cá dormir.

- Para a próxima avisa mais cedo, Joana. Sabes que não gosto das coisas, em cima da hora.
- Sim, eu sei mas fiquei mesmo preocupada com ela e até foi ela que me pediu.
- Sim, agora já está feito Joana.
- Quando ela chegar, diz-lhe para subir, se faz favor.
- Sim, podes ir lá para cima descansada.
- Obrigada, mãe.

Peguei, no telemóvel, afinal tinha prometido ligar ao João se bem que eu já soubesse que de certeza que não o iria conseguir.

- João, a Patrícia pediu para vir dormir cá a casa, ela não estava muito bem. Desculpa não dar para te ligar. Amanhã, falamos melhor. Obrigado pela tarde... obrigado por seres meu. Amo-te tanto, João.

Ele não tardou em responder.

- Não faz mal, amanhã vou ter-te nos meus braços e isso é melhor do que uma chamada, muito melhor. Obrigado, por seres minha. Amo-te muito, mulher da minha vida.

E quando dei por isso a Patrícia estava a entrar no meu quarto.

- Posso, Joana?

- Oh, claro que sim, sabes que é como fosse o teu quarto.
- Obrigada, por me deixares dormir cá.
- Oh, sempre que quiseres ! Agora conta-me tudo o que se passou. Sempre foste falar com o André?
- Sim, até foi ele que me procurou...
- Estou a ver, que não correu bem...
- Pelo contrário, até correu.... Ele tomou a iniciativa, e quis falar comigo. Contou-me tudo, desde do dia em que falou contigo a dizer que eu não tinha ido à aula de Geometria, até à noite no Bairro Alto. Disse-me que nunca quis usar os meus sentimentos, mas que no fim acabou por descobrir que essa seria a única opção. Fartou-se de pedir desculpa... E no fim, virou-se com os olhos cheios de lágrimas para mim e deixou escapar as últimas palavras, «Estares aqui a ouvir-me, mostra-me que tive aqui, tão perto a pessoa a quem o meu coração pertence e deixei-a escapar. Não te peço que me perdoes, mas errei e errar todos erram. Espero que saibas, que apesar de já não termos nada nunca irás ser como as raparigas com quem já namorei, irás ser sempre diferente irás ser tu.»  Depois, ele saiu e eu fui dar uma volta pela rua e o resto já sabes. Sinceramente, as palavras dele tocaram-me, mas... mas ele gosta de ti, não de mim Joana.

(CONTINUA)
Desculpem a demora. Prometo voltar ao activo.
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